BRICS Plus: Perspectivas da Proposta de Expansão

BRICS Plus: Perspectives of the Expansion Proposal

Resumo

O objetivo do artigo é analisar como se deu a proposta de expansão do BRICS anunciada na Cúpula de 2023, com o convite a seis países – Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, que materializou o BRICS Plus. Trata-se de indagar quais foram os objetivos da iniciativa, a quem interessa dentre os cinco membros e suas possíveis implicações para a natureza e a atuação do grupo. O artigo é baseado na análise de documentos das Cúpulas Anuais, pronunciamentos recentes de chefes de Estado e de governo e autoridades dos países membros; debates na imprensa e em grupos de influência. A revisão bibliográfica é uma ferramenta complementar na análise. Há três hipóteses a testar: (i) a expansão do BRICS pode interessar aos cinco países participantes, desde que não percam o status de que desfrutam e o caráter de exclusividade por se tratar de um grupo pequeno; (ii) a posição dos membros é variada e está pautada mais por seus próprios interesses que por objetivos globais; (iii) a proposta de expansão neste momento serve sobretudo a uma estratégia chinesa de consolidar zonas de influência por meio de acordos de cooperação, principalmente financeiros. A análise preliminar fortalece as hipóteses (i) e (ii) e não evidencia preponderância da China. O BRICS Plus responde à conjuntura global em transformação, com demandas e oportunidades para o Sul Global. É parte do processo interno do BRICS que permanece sem indicar destinos ou indicativos de institucionalização a serem alcançados. Observa-se também que o anúncio da expansão foi percebido mais externamente do que internamente ao BRICS.